Dizem as previsões que nos próximos dias terá fim o veranico que se instalou em pleno inverno. Então a gente resolveu trazer algumas dicas pra você já abastecer sua adega nesta retomada das baixas temperaturas e escolher alguns vinhos para o inverno.
A primeira dica é: não existe vinho ‘errado’ pra ser consumido no inverno. E se alguém vier com alguma teoria pronta sobre isso, pode esquecer!
A verdade é que o consumo do vinho, como nas outras estações, está associado à gastronomia que irá acompanhar a sua taça. Portanto, como no inverno as temperaturas são mais baixas, nossa tendência é escolher pratos quentes, mais encorpados, como massas, risotos, sopas e fondues.
E isso acaba nos direcionando para alguns vinhos que harmonizam e tornam aquela refeição uma verdadeira experiência.
Então, se você está aberto a provar algumas harmonizações diferente das que talvez mais pratique durante o ano, no inverno vale a pena investir em tintos de corpo médio, bem como os mais encorpados.
Algumas dicas que você encontra por aqui na Vinhos e Vinhos é o clássico Lote 43, da Miolo, para pratos com carnes e churrasco, que se aliam em função da complexidade de aromas do vinho. Rótulos com passagem por barrica também tendem a ser mais encorpados e dificilmente você vai errar na escolha. Um exemplo é o Reserva Marselan, da Casa Venturini.
Os vinhos rosés não ficam de fora da estação mais fria e continuam sendo uma boa pedida para comidas mais temperadas e picantes, que dão aquela aquecida. O Rosé da Famiglia Veadrigo carrega um pouco mais na graduação alcoólica, caindo muito bem com essas harmonizações.
Curtiu as dicas? Seja qual for sua escolha, o importante é encher sua taça do que te faz feliz!
Degustar e aproveitar um vinho é tarefa pra lá de prazerosa, não é mesmo?! Se você já é um fã da bebida, mas nunca estudou sobre ela, que tal começar a praticar as suas habilidades para conhecer melhor os vinhos que está consumindo?
É uma prática que vai agregando conhecimento e, aos poucos, você vai aprendendo e conhecendo ainda mais as características que aprecia num bom vinho – e aquelas que não gosta tanto assim. Desta forma, suas escolhas para abastecer a adega de casa serão sempre mais assertivas.
E embora a tarefa de degustar e avaliar um vinho seja inicialmente uma tarefa solitária, você pode criar um grupo para que as observações sejam trocadas com outras pessoas. Essa conversa com diferentes ideias e pontos de vista faz com que você adquira mais entendimento sobre vinho.
Podemos te garantir, a capacidade de avaliação sensorial vai ficar melhor na prática. Portanto, uma das melhores maneiras de desenvolver suas habilidades para avaliar vinhos é degustar frequentemente com um grupo.
Vale lembrar que a avaliação sensorial do vinho é, por sua própria natureza, uma experiência pessoal, e seus resultados, pelo fato de se apoiarem na interpretação individual do apreciador, são diversos. Por isso, é importante entender que não existem vinhos ruins – salvo defeitos de elaboração –, mas vinhos que dependem das preferências de quem está degustado.
Roda de Aromas do Vinho
Uma ferramenta bem didática pra começar a avaliar seus vinhos é a Roda de Aromas. Constantemente a dificuldade de degustadores iniciantes está em sugerir termos que possam descrever os aromas encontrados no vinho, então a Dra. Ann Noble, da University of California, desenvolveu a Roda de Aromas do Vinho, que agrupa a maioria dos aromas comuns encontrados no vinho.
A Roda de Aromas organiza, em grupos com qualidades similares, os aromas comumente encontrados em vinho. Comece pelo ‘miolo’ da roda, identificando se seu vinho apresenta aromas Herbáceos, Terrosos, Frutados, e assim por diante. Quando identificar esta primeira categoria, siga para o segundo anel e terceiro.
Cada experiência é única
E porque a degustação de um vinho é tão subjetiva? Vamos explicar! Um vinho que, por exemplo, apresenta aroma de eucalipto, encontrada sob o termo Vegetal e Fresco, não será familiar para muitos degustadores que vivem em áreas onde o eucalipto não cresce. Eles não terão essa referência aromática.
As suas experiências de infância, sua rotina, sua profissão, se você gosta de cozinhas com ingredientes frescos, tudo isso vai influenciar no momento em que for avaliar os aromas de um vinho. Por isso, algumas rodas de degustação contam com copinhos com amostras de aromas, como uma folha macerada de eucalipto, por exemplo.
Esperamos que você use a Roda dos Aromas e, acima de tudo, divirta-se muito degustando bons vinhos!
Quando você vai escolher um vinho pode se deparar com essas expressões no rótulo e aí a dúvida vem: “O que isso quer dizer e como vai influenciar no vinho que quero consumir?”
Bom, resumidamente, apesar de serem três nomes distintos (estão apenas em línguas diferentes: corte em português, blend em inglês, e assemblage em francês), trata-se do mesmo processo, geralmente realizado na etapa final da elaboração dos vinhos, antes de seguirem para o engarrafamento.
Em síntese, é a união de duas ou mais variedades de uvas, realizada para agregar diferentes características a um único rótulo. Entenda melhor:
A arte do corte
Depois que o envelhecimento do vinho estiver completo, ele é bombeado para fora do barril e preparado para o engarrafamento. É nesta etapa que diferentes lotes podem ser combinados, seja de vinhedos diferentes, regiões ou variedades, unindo os atributos de cada um. Isso porque o enólogo vai trabalhando para chegar ao produto que deseja.
Por exemplo, um vinho mais velho pode ganhar uma qualidade mais jovem, frutada, pela adição de uma pequena quantidade de um vinho vintage mais jovem. Ou então, adicionando uma pequena quantidade de Chardonnay fermentada em tanque de aço inoxidável a um lote de Chardonnay fermentado em barril, procurando reduzir o perfil de carvalho do vinho, dando a ele um caráter mais varietal.
Essa arte do corte, assemblage ou blend se resume em testar diferentes combinações destes lotes para encontrar a mistura teste que tem maior equilíbrio e complexidade. Após a mistura teste favorita ser selecionada pelo enólogo e vinícola, uma proporção é usada para elaborar um engarrafamento misto na adega.
Vinhos mais complexos
Uma das principais características desses vinhos de corte é que a mistura de variedades os torna rótulos mais complexos. Isso porque são características de diferentes variedades que se unem para maximizar a força de um rótulo. Ou seja, buscar aromas mais expressivos, cor e texturas de destaque, corpo e acabamento, tornando aquela bebida mais equilibrada como um todo. Toda essa receita resulta em um rótulo mais complexo.
Outra característica é que os cortes e a mistura perfeita dependem, ainda, das características de cada safra. Ou seja, o mesmo corte pode apresentar diferentes características dependendo do ano.
Portanto, as possibilidades de combinações que resultam em uma mistura de qualidade são infinitas e cabe ao enólogo avaliar qual será seu produto final – claro que sempre primando pela boa matéria-prima, afinal, não tem corte milagroso que salve um vinho anteriormente elaborado de forma errônea.
O INPI publicou em 05/05/20, na Revista da Propriedade Industrial (RPI) nº 2574, a concessão da indicação geográfica (IG) “Campanha Gaúcha”, na espécie indicação de procedência, para vinhos finos brancos, rosados, tintos e espumantes.
A partir de agora, todos os produtores de vinhos que estiverem dentro da região demarcada (44,3 km²) e seguirem as normas contidas no regulamento de uso poderão utilizar a indicação geográfica em seus produtos. A IG foi concedida em nome da Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha.
De acordo com o INPI, órgão do governo Federal que registra as IGs, além de marcas, patentes e outras formas de propriedade industrial e intelectual, uma Indicação Geográfica é um sinal constituído por nome geográfico (ou seu gentílico) que indica a origem geográfica de um produto ou serviço. Apenas os produtores e prestadores de serviços estabelecidos no respectivo território (geralmente organizados em entidades representativas) e que cumprem as normas ali estabelecidas podem usar a IG.
No Brasil, as IGs podem se dar na forma de Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO). O nome de um local configura-se como IP quando este é conhecido como local de produção de vinhos. Para obter o selo DO, os vinhos oriundos daquele local devem conter características específicas graças a seu meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.
Características da IP Campanha Gaúcha
– A região demarcada como IP Campanha Gaúcha inclui integralmente a área dos municípios de Aceguá, Barra do Quaraí, Candiota, Hulha Negra, Itaqui, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento e Uruguaiana e parte dos municípios de Alegrete, Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul e Maçambará.
– Outros Padrões dos Produtos e Processos Enológicos
As uvas devem ser 100% provenientes da região delimitada;
Os vinhos varietais (de uma única casta) devem conter no mínimo 85% da variedade;
Os vinhos com indicação de safra deverão tem no mínimo 85% da safra mencionada;
Os vinhos espumantes podem ser elaborados pelo método tradicional ou Charmat;
A graduação alcoólica mínima deve ser de 11,5% para vinhos tintos e 11% para brancos ou rosados;
A correção do mosto (chaptalização) deverá ser de no máximo 2% em álcool;
Todas as etapas de elaboração – incluído envelhecimento e engarrafamento – devem ser feitas na região; (Foi estabelecido um prazo de dez anos para adequação das vinícolas a esta regra).
– Para obter o selo da IP, os vinhos serão submetidos à um Conselho Regulador que fará averiguações de documentos e, inclusive, degustações de controle dos vinhos.
Para alcançar uma indicação geográfica, os produtos da região devem estar organizados em uma associação, tomar definições em conjunto e, principalmente, seguir as determinações estabelecidas pelo conjunto, que visam garantir a proteção da região demarcada. Como consequência, garantindo aos consumidores vinhos que atendam os requisitos normativos de cada IG.
O processo de obtenção da uma IG para vinhos tem sido realizada com o apoio de diversas instituições de pesquisa. A pioneira no Brasil, a fornecer apoio para estar certificações, foi a EMBRAPA.
Uma Indicação Geográfica traz como benefícios a organização coletiva dos produtores, o estímulo à economia local e a ampliação do renome dos produtos da região. Desta forma, trazendo impactos positivos na competitividade, bem como no aumento do potencial para a atividade do enoturismo.
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