5 dicas na hora de degustar um vinho

Já dizia o lendário enólogo francês Èmile Peynaud, degustar é “submeter o vinho aos sentidos, analisando-o atentamente”.

Degustar é beber com atenção. É aliar a sensibilidade dos nossos sentidos – visual, olfativo, gustativo e tato –, ao conhecimento para determinar e identificar as características de um vinho.

Na hora de degustar um vinho, é importante termos em mente que isso exige uma descrição subjetiva, não adjetiva. São suas impressões, levando em conta as suas vivências, mas com técnica e sempre respeitando a quem produziu.

Costumamos dizer que é como aprender a gostar de música. Você pode apreciar a experiência de ouvir uma música – ou de beber uma taça de vinho –, sem entender completamente o que em particular é apreciável.

Contudo, com experiência e treino, todo mundo pode desenvolver algumas aptidões críticas para entender um vinho – ou música –, e também como descrevê-los aos outros.

Dar prazer aos sentidos é o propósito da degustação. Por isso, elencamos um passo a passo com 5 dicas pra você, que quer começar a degustar.

1 Visão: a aparência do vinho

A primeira etapa é você ter uma taça adequada para fazer a análise visual do vinho. Busque uma mesa ou fundo branco pra te ajudar. Com boa iluminação, incline a taça vá olhando o vinho em várias posições. Embora a cor não tenha ligação direta com o sabor, ela te dá pistas sobre as características do vinho.

2 Olfato: os aromas do vinho

Aqui vamos falar de aromas. Os milhares que seu olfato pode identificar! Primeiramente, os vinhos possuem uma composição química complexa, então quanto mais você exercitar seu olfato, mais vai saber identificá-los. Com isso, uma dica é ir à feira e testar o que você identifica de aromas nas frutas, legumes e assim por diante. Ajuda de mais! Na taça você vai identificar alguns aromas primários como os florais, frutados, especiarias, animais, vegetais, químicos, entre outros.

Já falamos por aqui sobre a Roda de Aromas do Vinho, não deixe de conferir.

3 Paladar: o gosto do vinho

Comparado ao olfato, o paladar é mito simples! Enquanto lá são milhares de aromas, a maioria das pessoas identifica somente quatro sabores: amargo, salgado, doce e azedo.

Tal qual, a sensação de doçura é a primeira percebida pela língua. No geral é provocada pelos açúcares residuais (frutose, não sacarose). A acidez vem depois, representando os ácidos da uva e da fermentação do vinho. É ela que provoca a salivação e é essencial em todos os estilos de vinhos. Depois vem o amargor e a adstringência, sensações ligadas aos taninos. Por último, tenha sempre um biscoitinho salgado caso vá degustar diferentes vinhos. Ele ajuda a ‘limpar’ sua língua para o próximo.

4 Tato: a ‘textura’ do vinho

Por fim, o tato! Aqui entram as sensações táteis produzidas quando se bebe uma taça de vinho. A temperatura em que ele é servido, a viscosidade (corpo ou ‘densidade’ do vinho), a efervescência e o álcool são algumas das características observadas nesta etapa.

5 Organize seus vinhos

Finalmente, entendidas essas etapas de degustação, cuide da organização dos vinhos – caso seja mais que um a ser degustado:

  • Os vinhos brancos devem ser degustados antes dos vintos
  • Os secos antes dos doces
  • Os vinhos de corpo leve antes dos encorpados
  • Os jovens antes dos velhos
  • Os vinhos de mesa antes dos vinhos de sobremesa ou fortificados

Pronto para degustar? O mais importante é começar! Dessa forma, monte grupos de amigos para uma degustação juntos. Assim um vai agregando ao vocabulário do outro. Divertido e cheio de experiências!

Escrito por Camila Baggio